Perfil microbiológico e resistência antimicrobiana em pacientes com pé diabético infectado

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International Journal of Development Research

Volume: 
11
Article ID: 
23421
6 pages
Research Article

Perfil microbiológico e resistência antimicrobiana em pacientes com pé diabético infectado

Abstract: 

As úlceras nos pés de pacientes diabéticos (UPD) associadas à infecção são devastadoras, resultam em amputações, tratamento prolongado e oneroso. A prescrição de antibioticoterapia, geralmente, não se baseia no perfil bacteriológico da microbiota na maioria dos países em desenvolvimento. Realizou-se estudo retrospectivo com o objetivo de verificar a resistência e sensibilidade aos antimicrobianos em pacientes diabéticos com UPD infectadas, atendidos no Ambulatório de Neuropatia e Pé Diabetico (ANPD) da Unidade de Endocrinologia (UENDO) do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) – Polo de Pesquisa - FEPECS, no período de Junho de 2014 a Junho de 2016. A amostra foi composta por 107 pacientes, idade 60,6 anos ± 12 anos, 63,6% do gênero masculino, 92,5% com diabetes tipo 2 (DM2) e duração do diagnóstico de 15,9 ± 8,3 anos. As UPD foram classificadas em neuropáticas (80,4%), neuroisquêmicas (17,8%) e apenas 1,9% isquêmicas; 43% associadas à osteomielite. Trinta e oito pacientes foram submetidos à amputação (34 à amputação menor, quatro à amputação maior), devido à infecção. Infecção monomicrobiana foi observada em 64,5% e o microorganismo mais frequentemente isolado foi Pseudomonas aeruginosa, seguindo-se Proteus mirabilis e Acinetobacter baumann/haem. Análise de perfil de sensibilidade e resistência foi conduzida em 51 culturas de fragmento tecidual: Gram positivos mostraram 70% de resistência a oxacilina, ceftriaxone, clindamicina e eritromicina; enquanto verificou-se 100% de resistência a cefazolina, cefotetam e tetraciclina para os Gram negativos. A associação ciprofloxacino e clindamicina, largamente usada na UENDO-HRT– Polo de Pesquisa - FEPECS para o tratamento de Gram positivos e negativos, resultou em 60% de resistência. No entanto, a seleção dos medicamentos não foi conduzida com base em classificação da gravidade da infecção nem na origem do paciente (comunidade ou instituições relacionadas à saúde). A elevada resistência bacteriana verificada no estudo, demanda a necessidade de padronizar a avaliação etiológica, determinar a gravidade da infecção e revisar a terapia antibiótica atualmente utilizada. Em que pese limitações pelo tamanho da amostra final, os achados de sensibilidade permitem recomendar opções para a terapia oral com amoxicilina-clavulanato (90%) para gram positivos e ciprofloxacino (53,7%) para gram negativos; para tratamento endovenoso, o uso de piperacilina-sulbactam (86%); e a associação de amicacina e meropenem (82%) para infecções grave|estágio 4 (IDSA-PEDIS). Portanto a avaliação do perfil de sensibilidade e resistência da microbiota, em centros de pé diabético, deveria ser a estratégia adotada para prevenir tratamento inadequado, hospitalizações prolongadas e reduzir custos em serviços públicos de países em desenvolvimento, como o Brasil.

DOI: 
https://doi.org/10.37118/ijdr.23421.11.2021
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